Passando a limpo sentimentos antigos de outro dia

30.04.2008_

Não me sinto pronta pra voltar ao european way of life. Fico querendo me vestir de Marrocos (ou Marrakech) pra ver se volto no tempo, fico querendo não sentir os cheiros daqui, não ver as caras bascas, busco um grãozinho de areia em algum canto do meu corpo e roupas.
Essa sensação de não pertencimento aos lugares em que estou já é velha conhecida. Mas lá no deserto, um lugar tão grande, tão especial, onde não vi bandeiras e cercas fincadas*, me senti dele e ele meu.
O deserto não é deserto. Com o passar das horas aprendi a reconhecer os donos das pegadas na areia, a ter a areia como parte de mim, a tornar meu coração cheio de deserto.

* Esse sentimento veio na ignorância do conflito pelas terras do deserto, mas é justificável, porque a falta de limites e marcas visíveis naquele território dá uma sensação de liberdade que é real, muito real.

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